REBOCADOR A VAPOR SILVEIRA MARTINS : Sobrevivendo à sua própria história
Paulo Renato Baptista (*)
Difícil colocar em poucas linhas toda a abrangência do que representa o Rebocador a Vapor Silveira Martins, apontado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado(IPHAE) como bem cultural, como uma peça de profundo valor sentimental e histórico, em pé de igualdade com outros ícones de nosso Patrimônio
Construído em 1909 pelo estaleiro Boelen & Zonn da Holanda, o rebocador Silveira Martins é uma peça rara não só pela sua antiguidade mas, fato notável, por manter a sua condição de propulsão a vapor. A única alteração da máquina original teria sido a conversão para o emprego como combustível., em vez de carvão mineral , do chamado " fuel oil" .
Desenvolvendo uma pesquisa de pós-graduação sobre Patrimônio Cultural Marítimo tive consciência, ao conhecê-lo, já desativado e destinado ao sucateamento, de sua importância.
Coube-me, então, desenvolver uma ampla campanha para reverter este destino o que finalmente foi obtido, após muitos esforços e com o apoio de diferentes segmentos da sociedade, ao fim de um ano.
O desafio seguinte foi constituir uma entidade que pudesse abrigar o princípio de manter viva a tradição, esvaecida com o decorrer do tempo, que vincula nossa região com o meio marítimo. Tendo por ponto de partida a necessidade de preservar o Rebocador mas, agregando a este propósito a idéia de vivenciar a reativação do Transporte Marítimo em Pelotas e na Região, foi fundada a Sociedade Museu Marítimo de Pelotas ( SoMMar).
A estas etapas sucedeu, a assinatura, decorrido mais um ano, de convênio com a Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) mediante o qual ficou assegurada à SoMMar respaldo legal para proceder a iniciativas no âmbito de suas atribuições relativas à embarcação.
Desde então, no entanto, sem que tivesse sido integralmente cumprido a previsão de sua colocação em terra ficaram impossibilitadas, por este motivo, ações mais diretas para a sua recuperação.
As intervenções que se procurou efetuar foram a tentativa de colocá-lo em terra com o emprego da cábrea Acre, tentativa no entanto, parcialmente frustrada. Posteriormente, com recursos próprios, promoveu-se o seu aprumamento pois na operação anterior ficara adernado.
Neste momento, buscam-se novas alternativas que permitam avançar no objetivo de preservar o rebocador.
Entre estas alternativas inclui-se um novo convênio do qual participariam o Centro Federal de Educação Tecnológica( CEFET), a SoMMar e a Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH).
Mediante este convênio e através de parcerias a serem estabelecidas, se firmaria a base institucional a partir da qual seriam repensadas ações a serem tomadas incluindo a criação de um Museu na área portuária de Pelotas. Cabe destacar, por último, o vivo interesse sempre demonstrado pela comunidade pela sorte do Rebocador. Contam-se às dezenas as situações em que isto se verificou. Entre elas foi marcante a vinda, da Holanda, de Pieter van Leuwen e Pieter Rujper, com o objetivo específico de conhecer a embarcação.
(*) escritor e pesquisador, Presidente da SoMMar
domingo, 4 de janeiro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Parabéns pela iniciativa e perseverança!
Em face a recente instalação de uma promissora industria naval no município de Rio Grande, e quiçá com alguma extensão em Pelotas, sua consolidação e futuro desenvolvimento com o aumento, paulatino, de novos meios e equipamentos não seria viável, para a SoMMar, executar gestões junto aqueles detentores, privados e públicos, destes meios afim de operacionalizar a colocação em terra do rebocador, afim de então prosseguir no importante e necessário objetivo de preservá-lo.
Bom dia. Dou os parabéns pela iniciativa em preservar a história e solicitar a permissão para fazer campanha em meu facebook. Por favor, se concorda, entre em contato. Meu e-mail é p7auloas@gmail.com
A história não pode ficar esquecida.
Postar um comentário